Alma Caipira
No rincão das montanhas tão querido,
Onde a simplicidade encontra seu abrigo,
Habita o caipira, homem destemido,
Da terra mineira, puro e amigo.
No chapéu de palha, rosto marcado,
Olhar sereno, jeito singelo e manso,
Ele vive a labutar lá pelo roçado,
Cantando ao vento um doce encanto.
Na vida do campo, a rotina é dura,
Cuida da terra com amor e ternura,
Colhe frutos e semeia esperança.
Com seu jeito simples, tão genuíno,
No sorriso largo, sempre um carinho,
O caipira mineiro é pura bonança.
No mugido do gado, a melodia,
Ecoa no vale, pura sinfonia,
A voz do caipira em canto sentida,
Nas estrofes do sertão, poesia.
No compasso dos passos firmes e lentos,
O caipira mineiro segue seus intentos,
Na terra fértil, planta o seu destino.
Com mãos calejadas, na enxada firme,
Ele labuta, persistente e infatigável,
Na roça, no campo, com um ar inquebrável.
É no cafezal, berço do seu suor,
Que o caipira mineiro encontra o valor,
Do seu trabalho honesto e dedicado.
No fogão de lenha, chama aquecida,
Sua alma se aquece, alma entrelaçada,
Com a tradição de uma vida marcada.
E nas festas juninas, alegria sem fim,
O caipira mineiro dança e canta assim,
Num arrasta-pé que faz o coração vibrar.
Com vestes coloridas, chapéu de palha,
Ele celebra a vida, a fé que não falha,
E a cultura que em suas veias pulsa.
Oh, caipira mineiro, tesouro tão raro,
Sua alma é pura, seu coração é claro,
Símbolo de trabalho, amor e bravura.
Neste soneto, minha homenagem sincera,
Ao caipira mineiro, figura tão querida,
Em versos que transbordam emoção verdadeira.
Que a tradição do campo nunca se perca,
Que o caipira mineiro sempre se erga,
E seja eternamente nosso orgulho e riqueza.
>>> Poema de meu livro "Terras de Minas"