Virgulino Ferreira, vulgo LAMPIÃO
Nas terras do sertão,
ao norte de sua nação,
nasceu um menino,
sem medo, sem emoção,
o seu nome Virgulino, apelido LAMPIÃO,
cada dia uma luta, lutas e malinação,
o menino ficou homem,
Conhefeu a morte logo cedo,
primeiro, mataram seu pai,
seu instinto ali florou,
aquela morte vou vingar,
se armou até os dentes
e um bando foi formar,
já não tinha opção,
tudo fora de lugar,
a justiça ora protefer,
veio aqui pra matar,
teve início as andanças,
começou articular,
um aqui, outro acolá,
carrapicho, icó, mandacaru,
espinho, seca, suor,
carcará, pato, preá,
sua fama correu léguas,
sua presença era temida,
na primeira suspeita,
cada um logo gritava "corre que lá vem LAMPIÃO "
onde pisava nada nascia,
rastro de cobra, curruru e sábia,
Punhal, cabaça, chapéu, gibão, gibeira,
cartucheira, fuzil, crucifixo
sandalia de couro cru, eram sua riqueza pessoal,
em cada dedo, anéis de ouro e de prata,
alguns serviam de amuletos,
pra bala não acertar,
como diz o velho ditado;
o cabra tem o corpo fechado,
nada pode penetrar,
os macacos atiravam, mas nada de acertar,
bala nem encostava,
LAMPIÃO não tinha medo,
de valentia particular;
passando em Paulo Afonso
o seu olho ali brilhou
conheceu Maria, a quem chamou de bunita
o coração não se calou,
o homem da valentia,
ao homem do amor,
uma punhal e uma rosa,
a Maria ofertou,
montado em um jumento, a Maria ele levou,
o casal andava junto,
desbravando a comunhão
o destino já traçado,
ele não acreditou,
o fotografo escolhido, quase tudo registrou,
dança, costura, reza, o bando criou pavor,
um conhecido deu bobeira,
comprou toda a produção,
dez queijos de dois quilos,
que aos macacos tudo contou,
o requeijão encomendado,
era para o cangaceiro desbravador,
a emboscada foi armada,
quase ninguém escapou,
LAMPIÃO morrer na gruta,
no Angico ali ficou
estendido sobre a pedra,
coração dilacerado,
uma bala atravessou,
O seu peito foi ferido,
seu amuleto, ali falhou,
sua Maria também ferida,
junto dele viajou,
só sobrou suas histórias
a fama continuou,
LAMPIÃO que representa, a bravura sem temor,
o cabra virou heroi
desse povo sofredor,
tudo foi registrado,
para alguns, um bandoleiro,
para outros, um sonhador!