Chico,sertanejo raiz.

Chico é homem duro

cabra macho do sertão.

passou fome,sede e frio

é de lá não saiu não.

-Só saio do meu torrão seu môço,

quando nosso sinhô ou meu padim Ciço quizer.

-Comigo num tem bestêra,nem com bala de canhão num saio de jeito manêra,nem na ponta da pexêra.

-Morro de fome e de sede se não chuver num fica vede,mas num dêxo meu sertão.

Vivia Chico de seu roçado,

tinha três cabeças de gado e algumas criações.

Dona Duda,sua Esposa,velha,murcha e cansada,dá janela fazia reclamações.

-Ô Chiquin,tu deu mii prus pinto?!

-Cortô Parma pru gado?!

-Ti avia ôme!...

Chico,calejado e paciente fingia não escutar.

As galinhas no poleiro disputando seu lugar

indicava que a noite não tardaria a chegar.

Dona Duda nem tinha pressa de acender os candeeiros,porque não se dava bem com o cheiro da querosene,nem com tanto fumaceiro

Chico,depois de arar a terra e plantar sementes de milho e feijão pega o alforje e a enxada e retorna ao humilde lar.

Dona Duda,ao ve-lo chegar trouxe água na bacia pro seu velho se banhar.

A noite já se fazia,ceiaram,agradeceram em oração e adormeceram para no outro dia recomeçar a dura rotina no solo seco do sertão.

jpsantos
Enviado por jpsantos em 11/02/2022
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