Zé das Veredas

O sertão em silêncio...

O rio serpenteando numa calmaria...

A passarada minguou o canto

Enquanto o cerrado em profusão

Mostrava seus frutos

Para o deleite do Zé.

E de repente uma voz:

Mesmo ao longe

Aquela cantoria

Ia adentrando em minha alma

E o silêncio de eu pulsar

Meu coração seguia o compasso do vaqueiro.

Vaqueiro de palavras

Gorjeio encantado

Nas entranhas no sertão

Nos palcos do cerrado

Flores das estações

Alma iluminada recanto sagrado...

E ele:

Eu num tô aqui à toa

Tô pra mode alumiá

Sô sertão, sô as intranha

Desse seu alimentá

Sô candiêro

Sô matuto

Faço deste chão bruto

Os meus velso e meu cantá

Nas andança e parage

Levo sempre meu imborná

Sô o Zé e pelas vereda

A minha álima vai saciá....

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 18/10/2021
Código do texto: T7366231
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