Zé das Veredas
O sertão em silêncio...
O rio serpenteando numa calmaria...
A passarada minguou o canto
Enquanto o cerrado em profusão
Mostrava seus frutos
Para o deleite do Zé.
E de repente uma voz:
Mesmo ao longe
Aquela cantoria
Ia adentrando em minha alma
E o silêncio de eu pulsar
Meu coração seguia o compasso do vaqueiro.
Vaqueiro de palavras
Gorjeio encantado
Nas entranhas no sertão
Nos palcos do cerrado
Flores das estações
Alma iluminada recanto sagrado...
E ele:
Eu num tô aqui à toa
Tô pra mode alumiá
Sô sertão, sô as intranha
Desse seu alimentá
Sô candiêro
Sô matuto
Faço deste chão bruto
Os meus velso e meu cantá
Nas andança e parage
Levo sempre meu imborná
Sô o Zé e pelas vereda
A minha álima vai saciá....