VIOLA, O CHORO QUE ME CONSOLA
Izaías Veríssimo de Castro (Záias CastroVéris)
21/06/2018
Quase sempre eu paro e penso
E há de me entender quem tiver bom senso
Como é bonito e de onde vem
A plena magia que o som de uma viola tem...
Envolve a mente de forma tão ímpar, tão evidente
Nos faz “ir fundo” nas nossas lembranças
Retrata tão bem a origem da gente!
Tem um som profundo que encanta o mundo
Ecoa longe, acalenta criança, acalma até fera
Não é “lorota”, acredite o que falo é “divera”
A viola tem boca, tem orelhas e cordas vocais
Ela tem também um braço, mas é você quem a abraça
E nessa união com ela no colo, pertinho do coração
Se você souber fazer nela cafuné, ela canta pra ti
Uma canção que vislumbra metrópole e sertão.
É de se encafifar, “cair o queixo e babar”
Quando um bom tocador, pega ela e abraça
“Bota” as cordas pra tremer, bate e dedilha
Dar-se até impressão, que o danado cochila
Canhoto ou destro, já nasceu maestro
Domina tão bem “o trem”, toca e canta como ninguém
Ela tem som que nina, som que desperta
Depende da hora da brincadeira com ela
No cair da noite antes de deitar
Canto umas moda, ela chega chora
Não há ninguém que escute que diz que não adora
Antes de raiar o dia, ligo o radinho de pilha
Lá também está ela fazendo relia, nos trazendo alegria
O som dela nos inspira, vive na alma do “ser” caipira
Quando ouço mesmo longe, sem querer me arrepio
Mas se alguém fala mal logo me aperreio
Bestunto, saio “avoado” e vou lá pro terreiro
E olhando pra lua do São Jorge Guerreiro
Reencontro meu seio
Abraço logo com ela e vou brincar de ponteio
Chora viola pois seu choro me consola!