LENCINHO BRANCO
Poema caipira
Um dia saí de casa
Fui pro mundo viajá;
Percurá mió recurso
Para a vida miorá;
Meu bem ficô chorano
No seu canto a reclamá
Apertô meu coração,
Eu tamém garrei chorá;
O seu lencinho branco
Vi de longe ela acená;
Levei comigo a sodade,
Até o dia de vortá.
Percurrí mundo afora
Sem de nada adiantá;
Percurei por tudo canto,
Um lugá pra trabaiá,
Pra pudê ganha dinhero,
Pra um dia miorá;
Ninguém mi deu apoio
Comecei desesperá;
Resorví, vortei pra casa,
Pra minha sodade matá;
Abracei o meu benzinho
E garremo os dois chorá.
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