TÔ DOIDIA PUR UM AMÔ

Naquela oiada digera,de cabra macho raçudo,

pedindo a eu um abraço, numa piscada safada,

daquelas que quaje fala, meu coração se inquietô,

quaje arriô a seus pé, resurtando uma paixão

que me grudô a vancê.

Meu corpo se arrepiô e eu num pude nem drumi,

pensano inté nos abraço, no gôsto do bêjo seu.

Virô só uma gimura, uma sôdade docê,

de caí intera in seus braço e mais seu fôgo acendê.

Antosse pulei a jinela pra vê se via vancê,

falá dessa coisa doidia, que machuca e faz duê.

Quero bejá seu cangote, agarrá seu peito nu,

cherá seu corpo cansado, suado de labutá.

Pra eu vai sê o prefume, que eu nunca pude comprá,

pois o amô é de graça, mas difici de arranjá.

Dispois nóis junta os corpo, no meio do capinzá,

e de tanta emoção nóis nem vai pudê falá.

Vai sê tanto arôxo bão, tanto bêjo e tanto abraço,

que nessa esfregação até a lua gaiata,

que tá lá prá alumiá, vai de nóis dois invejá.

Genaura Tormin
Enviado por Genaura Tormin em 04/11/2005
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