- Minha doce e saudosa caipira!
Lá nos confins eu era feliz e plantei muitas raízes,capinava.
Aipim na florada muito milho para as galinhas sustentar,
Pegava na enxada com carinho era a minha “sexta-feira”
Com ela eu sonhava de nova campinas e matas a desbravar
Plantar de tudo e tudo colher para na feira ir vender.Chapéu!
Fincava com orgulho as sementes e o colher era só alegrias,
Dava que nem chuchu na serra a minha plantação tão boa
As frutas dividia com os pássaros na revoada e na cantoria.
Era feliz e não pensava que fosse tanto, conheci Iracema.
Cabocla rechonchuda e muito bela, que lindo sorriso,
Era dos cantões distantes e nada de aparelho para consertar,
Já veio predestinada para ser e ter um belo sorriso, bela!
Sua gargalhada era tão solta que até de uma cagada de pombo ria,
Fomos por caminhos nos acostumando e logo veio o querer,
Meu erro, essa cabocla não nasceu para ficar junta, muito queria.
Ser livre e solta fora assim que veio ao mundo, largada de tudo.
Seu perfume não era nada comum,pois, colhia laranja e limão,
O cheiro ficava entranhado no seu corpo rechonchudo, beleza.
Deixou que eu gostasse dela até ir ao alto do meu viver. Gostei!
Sem mais se bandeou para o sitio do Carvalho e nada levou,
Senti, mas, deixou o seu modo discreto e meigo de ser.
Era do mundo e nada poderia querer, admiro o seu ser,
Não me quis e foi-se embora deixou saudade e hoje vive lá,
De mim diz, só tem boas lembranças e nunca lançou uma palavra.
De amarguras ou rancores, pensei, não existe mulher assim!
Perdoar não me cabe fazer, mas, deixou uma admiração de cabocla.
Nunca disse ou insinuou um rancor ou falta de sentimento. Fêmea!
Sozinho está sempre com ela no pensamento, uma dama dos rincões.
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