Sem emoções
O mundo o tornou estranho
Talvez por causa do bando
Nunca mais tomou banho
O que era de se esperar
Vidas secas e sem sentido
Esperando de pé e vazio
Esperando sem ser do rio
Alguém para uma carona te dá
Enfrenta sem medo o destino
Talvez quando fora menino
Podia sem pose chorar
Esperando até agora
Um carro, para ao hospital te levar
Sem emoções ele aguarda
No leito sem jeito desmaia
A dor tomou conta de sua alma
Pobre alma esperando para um sonho levar
Levou Deus aquele homem
Que sofreu "mals" um bocado
Do nordeste tirou o sustento
E hoje viveu como rato
Nos muros da cidade grande
O granfino esnoba o aleijado
Cercados por um mal maior
O preconceito disfarçado
Por isso digo caro leitor
Nordestino também é gente
Não é porque o cabelo é seco
Que não se "penteie" com o pente.