CAIPIRA DO MEU SERTÃO

Que linda homenagem,

Minha linda caipira do meu sertão

Em luar despido de tristeza

Feito em beleza do céu “naturar”!

Oh!

Que sutileza do luar

Que faz meu coração “chorá”

De muita tristeza

Por que as redondezas estão fora do ar:

Eles não comem mais em gamela,

Só assistem novela,

E comigo não quer mais “fala”!

Ando meio triste sim,

Ando muito cabisbaixo,

Já nem sei se existe o jardim

Que a gente sentava no seu banco

Para despois “prusiá”,

Agora é uma “tar” de internet,

Deus me livre, Deus me liberte

Desse bicho que nem sei o “qui” é,

Mais sei que ele faz

Até mesmo as boas “mué”

“Separá” de seus maridos

Que ficam desnorteados

Além de levar chifres dobrados,

Meu Jesus, precisamos ter fé,

Que um dia nosso tempinho de outrora “vorte”,

Para termos a mesma sorte

“Di vivê cum a mema mué”!

Sou caipira do sertão,

Não abro mão,

De minha humildade feito jacu

Que sobe a serra a galope

Pula do arreio do animar

E nem morre,

De alegria se toma um porre

E vive sempre da honestidade

Sem querer passar ninguém para trás,

Por que isto é coisa de satanás!

Sou caboclo sertanejo de verdade,

Tenho medo da cidade

Que é estranha demais para mim

Por isto vivo acabrunhado,

Meu Deus!

Sou mesmo um coitado

Que nessa “tar” de pós-modernidade

Sofro tanta “cruerdade”

Que nem sei se sou gente de verdade,

Porque a aqui na cidade

Não é meu “lugá”!

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 20/10/2017
Código do texto: T6147804
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