Nordestino
Nordestino é o menino
Nascido no sertão
Que anda de currulepa
Ou até mesmo de pé no chão
Acorda bem cedinho
Pra ir ver a arapuca
Levando o alçapão
Com a capanga dependurada
Cheia de pedra
E a baladeira na mão
O mundo dele é ali
Vivi catando pequi
Caju, jatobá
De fome não morre não
E o menino vai crescendo
Outras coisas aprendendo
Burro ele não é não
Nordestino é arretado
Enfrenta o roçado
Gosta de um xaxado
Não vive amargurado
Pra ele
Tudo é um vidão
Viaja léguas e léguas
Montado numa égua
Pra ir ver Conceição
Aquela caboca formosa
Cheirosa quem nem uma rosa
Que aceitou seu coração
E o cabra esta aperreado
Doido pelos seus predicados
Querendo passar a mão
Mas a cabocla é matreira
Disse que só se entrega inteira
Depois que o vigário
Der a bênção
Ai o sujeito enlouquece
Chama o primeiro vigário que aparece
Jura e promete
Sem nem prestar a atenção
Mas de hoje não passa
Vai levar Conceição