Nordestino

Nordestino é o menino

Nascido no sertão

Que anda de currulepa

Ou até mesmo de pé no chão

Acorda bem cedinho

Pra ir ver a arapuca

Levando o alçapão

Com a capanga dependurada

Cheia de pedra

E a baladeira na mão

O mundo dele é ali

Vivi catando pequi

Caju, jatobá

De fome não morre não

E o menino vai crescendo

Outras coisas aprendendo

Burro ele não é não

Nordestino é arretado

Enfrenta o roçado

Gosta de um xaxado

Não vive amargurado

Pra ele

Tudo é um vidão

Viaja léguas e léguas

Montado numa égua

Pra ir ver Conceição

Aquela caboca formosa

Cheirosa quem nem uma rosa

Que aceitou seu coração

E o cabra esta aperreado

Doido pelos seus predicados

Querendo passar a mão

Mas a cabocla é matreira

Disse que só se entrega inteira

Depois que o vigário

Der a bênção

Ai o sujeito enlouquece

Chama o primeiro vigário que aparece

Jura e promete

Sem nem prestar a atenção

Mas de hoje não passa

Vai levar Conceição

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 08/10/2015
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