NO ENTREMEIO

Aurora do dia veio

Sumiu da noite o manto

A claridade em um veio

De luz traz o espanto

O sertão de vida tá cheio

Motivo pra fazer um canto

Pra entoar sem receio

Que leve embora o pranto.

O poeta vê no entremeio

O que não sabia o quanto

Tinha de belo porque alheio

Ele se fazia enquanto

Tudo mostrava que o feio

É belo, só tá com quebranto

E a beleza é um esteio

Que faz da vida acalanto.

No peito brota o anseio

Ao ver o belo recanto

A poesia acha um meio

Da boca foge pelo canto

Ela se mostra sem rodeio

Sabe seu ofício santo

Vira um sublime gorjeio

Exalta do sertão o encanto.

Pensamento, cavalo sem freio,

A galope dá um adianto

A viola fornece o ponteio

A emoção de si dá um tanto

A poesia vem sem bloqueio

E o poeta ali no seu canto

Pra natureza faz galanteio.

Silva Edimar
Enviado por Silva Edimar em 23/07/2015
Código do texto: T5321284
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.