CASTRO E DASDÔ
Castro indoidô,
Rastô as asa
Pro lado de Dasdô
Ranhô a arma,
Rancô seu coração
E deu pra ela.
Mais ela num qué, não!
Ela num pode, não!
Castro vai de dá mal,
Vai caçá rilia,
Vai fazê vendaval.
Dasdô já tem home,
Já tem ôtro nome,
Diquiriu famia,
Num é mais sozinha.
"Castro tá delirano,
Tá faiano das ideia",
Diz o povo mardoso.
Mais num é isso, não!
É tudo curpa do amor...
_Mais tinha de sê a Dasdô?
Tantas moça casadera
Percurano por arguém.
Mais o coração treitero,
Esse muleque matrero
Só faiz o que bem qué.
_Eita, bicho desvairado!
Castro tá viveno de arrasto.
Diz que num tem fome e sede,
Seu isprito somente pede
O gosto bão do amor.
_ Mais tinha de sê da Dasdô!
Castro num é mais puro.
Castro vai passá apuro
E caçá mar-querênça.
As véiz inté acha a morte.
Mais ele canta ansim:
_Se eu tivé de morrê,
Que seja morrê de amor!
Que seja morrê de Dasdô!