Doce tirania
Seu avô era carreiro
Boiadeiro era o pai
Tempo vem, tempo vai
Vai dezembro, vem janeiro.
Histórias que ele ouviu
Existiu uma gente brava
Que intempérie enfrentava
Atravessava qualquer rio.
Ia pensando: isso é passado
Guardado no tempo antigo
Nada disso eu levo comigo
Sigo a vida pra um outro lado.
Um dia escuta uma viola
Embola seu pensamento
Sente que muda o vento
Alento que maltrata e esfola.
Tinha saudade e não sabia
Vilania amoitada no peito
Dos antigos ele tinha aceito
O jeito de roça, doce tirania.