Revoada do Caboclo

É fim de tarde

A viola e a revoada

O sol beija o meu rio

Correntezas cintilantes

No encanto da toada

O caboclo enxuga o rosto

Espera o vento

É mês de agosto

Da poeira o gosto

E o carro de boi na estrada

O esteio da lida

Vida sina comprida

Sertão santuário caminhar

Vem a lua

E enfeitiça a amada

O cheiro dela na madrugada

Eu preciso regressar

Já sinto o cheiro da terra

Que a chuva no breu da noite

Com sutileza molhou

O Bem te vi assanhado

Com o canto floreado

Dizendo que esse matuto

Novamente no sertão pisou

Já é manhã

Juriti anfitriã

Abre a porta do dia

Com o seu lindo cantar

O meu corpo arde de sodade

Sem o sertão sô metade

Inté dá vontade de chorar!

Inté!

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 15/02/2015
Código do texto: T5137935
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