Revoada do Caboclo
É fim de tarde
A viola e a revoada
O sol beija o meu rio
Correntezas cintilantes
No encanto da toada
O caboclo enxuga o rosto
Espera o vento
É mês de agosto
Da poeira o gosto
E o carro de boi na estrada
O esteio da lida
Vida sina comprida
Sertão santuário caminhar
Vem a lua
E enfeitiça a amada
O cheiro dela na madrugada
Eu preciso regressar
Já sinto o cheiro da terra
Que a chuva no breu da noite
Com sutileza molhou
O Bem te vi assanhado
Com o canto floreado
Dizendo que esse matuto
Novamente no sertão pisou
Já é manhã
Juriti anfitriã
Abre a porta do dia
Com o seu lindo cantar
O meu corpo arde de sodade
Sem o sertão sô metade
Inté dá vontade de chorar!
Inté!