FLAGELO
Revisitei a estrada,
Era um caminho torto.
Foi um destino.
Tudo é um ciclo.
O sol ardia;
Coagulava o suor.
A flor do cacto
Era um arco-iris.
Fazendo o caminho,
Ouvindo a cigarra,
Adentrei a Sinagoga;
Recitei sua reza.
Não me alimentei
Com o seu canto.
O arauto abriu
As portas para mim.
Seu oráculo ecoava
No teto da árvore.
Fiz o caminho sem fé.
Escumunguei a seca.
Quando a água desceu,
Veio como um óleo.
Vivo em estações
Estéreis.
A única cena,
O ato que eu guardo,
É a sinfonia
Do agreste.
Quando o sol rege
Os viventes,
Os súditos da seca
Perecem rezando.