FLAGELO

Revisitei a estrada,

Era um caminho torto.

Foi um destino.

Tudo é um ciclo.

O sol ardia;

Coagulava o suor.

A flor do cacto

Era um arco-iris.

Fazendo o caminho,

Ouvindo a cigarra,

Adentrei a Sinagoga;

Recitei sua reza.

Não me alimentei

Com o seu canto.

O arauto abriu

As portas para mim.

Seu oráculo ecoava

No teto da árvore.

Fiz o caminho sem fé.

Escumunguei a seca.

Quando a água desceu,

Veio como um óleo.

Vivo em estações

Estéreis.

A única cena,

O ato que eu guardo,

É a sinfonia

Do agreste.

Quando o sol rege

Os viventes,

Os súditos da seca

Perecem rezando.

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 13/01/2015
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