Dois Amores

O galo cantô anunciando o amanhecê, virei pro canto da cama, e me admirei com a beleza de Teresa, que já num era tão moça, mais ainda era bela como uma flô. Fiz uns carinhos em seu rosto, e pude senti o doce aroma, que suavemente banhô o meu, vindo dela após um leve murmurá, às veiz eu mesmo admirava o quanto, após tantos ano ainda lhe amava. Quando ainda jove entre Lúcia e ela tive que escoiê, Lúcia era facera, e muito namoradera. O que fez minha famía, por Teresa optar e minha opinião ninguém quis escurtá: “casa com Teresa, que com certeza bons fio e um lar tranqüilo ela vai lhe dá”. Essa foi a decisão de meu pai que num quis meus sentimento escurtá, mais hoje atesto que meu pai tava certo. E quando em duas sumana com Teresa casei, Lúcia foi pra casa de uma tia e nunca mais falá dela escurtei. Teresa era tão boa que a imagem de Lúcia rapidamente de minha mente apaguei. Pelo som alegre do despreguiçá percebi que a minha cabocra ia acordá, e meus pensamento abandonei, lentamente ela abriu seus oio e sorrindo pra mim, elogiou o dia que ia começá, suas doce palavra era como uma nova melodia, cantada em versos para mim escurtá, lentamente beijei seus lábios, e senti que seu corpo queria pra mim se entregá. Nela atraquei, e por horas, prazer recebi e dei. Nossa felicidade era grande, pois eu nasci pra ela e ela pra mim, foi o que sempre pensei. E de nosso amor brotô dois fio, que num tinha iguar, no trabaio era afinado e apesá da escola pouco tê freqüentado, na educação pra doutô nenhum deixava desejá. E anssim nossa vida seguia, com a alegria que Deus nos deu. Mas essa vida é traiçoeira, Benedito, nosso fio mais véio, por infelicidade, Anastácia, moça recém chegada, mais muito cobiçada, foi ele, que ela escoieu, e quando em casa ele, ela levou, notei seus oio de cobiça, sobre Tonho pousá, Tonho, o mais novo era ainda inocente, mais como homi, seu sangue era latente.

Benedito que era mais experiente a saliência notô, mais cego pela paxão não fez julgamento e o irmão condenô. Lembro bem daquele dia, pois discórdia era coisa que entre meus fio, num havia, mais naquele momento tudo mudô, Benedito enciumado, Tonho ameaçô, e pió que a dô de vê o ódio de um fio por outro nascê, foi a de ouví Benedito dizê:“num se meta não, pois homem já sô”, e sei como meus pobrema resorvê”. Meu pai morreu veinho, mais esse disgosto com certeza jamais lhe foi imposto. Aquele dia seria apenas o iníço de um sofrimento maió, pois incentivados por Anastácia, meus dois fio por ela se apaxonô, a vida que era só felicidade, em inferno se tornô, até que nossa casa, dispois de outra briga, Benedito abandonô, aquele desgosto o coração de minha amada Teresa, não suportô e em menos de uma sumana, ela foi pra Deus, nos dexô. Daquele dia em diante, minha vida tamém cabô, pois Teresa era meu vivê. E os ano de felicidade que a vida nos deu, ela muito caro cobrô, fazendo amargo os dia meu, pois meus dois fio, na praça centrar num duelo feroiz, por aquela muié, dos ferimento nenhum sobreviveu. Numa tarde triste, enterrei o resto de vida que havia no peito meu, e sobre o túmulo de Teresa, jurei com a vida de Anastácia cabá, não restava mais nada nesta vida, a não sê, meu ódio por ela carregá, e na mesma noite, fui pra cidade Anastácia encontrá, quando lá cheguei, em um bar bebendo e surrindo, Anastácia achei, quando meus oio, os dela encontrô, senti pelo brilho que ela sabia que seu momento chegô, ranquei meu punhar e nos peito dela cravei. Ela morrendo, ainda sorrindo, me disse anssim: “finarmente me vinguei, com sua alegria cabei, e agora ainda mais vai sofrê, carregando o sangue de uma fia que ocê não quis reconhecê”. Quando os oio da moça fechô, de sua mão uma foto caiu, era Lúcia a muié que um dia eu amei, mais pra agradá minha famía ela por Teresa troquei. Naquele momento insano fiquei, pois havia matado a fia, que em vida nunca embalei.

Poema de Orlando Jr.

orlando junior
Enviado por orlando junior em 30/05/2007
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