meu primo

Quando o dia amanheceu, já era festa em Conquista, pois naquele dia, meu primo Rafaer, dispois de muitos ano na capitar, ia vortá formado, trazendo do lado, um canudo de doutô. Meu avô fazendeiro rico, toda a cidade paralisô, e ité o coro da igreja ia tocá na receptividade, a praça da igreja, tava toda enfeitada e naquele dia meu avô com sua influênça, conseguiu com a fazenderaiada liberá a piãonzada, pois queria todo mundo assistindo a chegada, de seu neto, que agora era doutô, e pra isso não economizô, pagô as mió farculdade e o dia sonhado finarmente chegô. Dispensô o carro e de braços dados com minha avó, pela rua principar ité a praça caminhô. Em seu rosto duro pela labuta dos ano, um sorriso podia-se nota, seu peito ainda mais saliente, da camisa parecia que ia sartá, minha avó a seu lado, bem mais saída, sua alegria a todos queria mostrá. Nesse momento no finar da rua Grande a jardineira apontô, o coro cantava e o peito do meu avô, ainda mais forte embalô, a jardineira no ponto estacionô, e a cada passageiro que desembarcava sua ansiedade armentava. Tinha cinco ano que por aquele momento esperava, mais seu rosto da alegria, pro espanto transformô, meu primo além de médico doutô, numa linda boneca se transformô, e sem cirimônha nos braços do véio se jogô, e com voz de moça roca, entre beijos lhe falô: "que alegria te rever, meu querido vovô". O italiano, marruco macho, que tudo que tinha, no braço rrumô, empurrô meu primo pro lado e pra todo mundo gritô:, "essa coisa não é das minha cria não sinhô". Mas de nada adiantô o povo rindo, mei sem jeito, um a um se dispersô, ficô na praça o meu primo, ou diria minha prima, bom sei lá, minha avó e meu avô: "escurta coisinha, como foi que nisso ocê se transformô, e pelo amor de Deus, não me chame de vovô". O primo a maquiagem retocô e com um jeito meio tranquero pro véio afirmô, "saiba meu avô, que sou bicha sim sinhô, mais sô humano, como minha avó ou o sinhô, e apesar da desfeita, continuo lhe tendo amô", dispois de dizer isso, um largo beijo no véio ele rumô. Dispois de muita luta com o travesseiro, meu avô acordô, é, é isso memo, era sonho, o véio acordô, mais uma coisa era verdade, naquele dia era esperado, meu primo que voltaria dotô, mais por via das dúvida, uma discurpa o véio inventô, e naquele dia em Conquista, ninguém viu meu avô.

Poema de Orlando Jr.

orlando junior
Enviado por orlando junior em 29/05/2007
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