Sodade Amarga
 
 
Tem pena di mim; tem dó...
Sou piqueno, mas abusado;
Não pise nu meu rastro, só!
Se nun tem duas perna...  coitchado!
 
Se a sua pena era um bucado,
Livro-lhe di dor maió...
Dó de mentchira não cura safado,
Mas, se anda nu meu rastro...
 
Tem pena di mim; tem dó!
O qui fiz não lhi maltratô
A sodade amarga quando si está só!
Inda mais se nun tenho cá, a fia di meu sinhô!
 
Vô mimbora; vô mimbora!
Minha hora tá pra chegá
Se nun tenho luz dorora,
De pés, pelo iscuro, minha nêga vou buscá!
 
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 30/10/2014
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