CAUSOS DO JECA

Ói seu moço, deixe de sê besta

Que antes vamu tumá uma fresca,

Caminhá sem eira nem beira

Lá pras banda donde veve a roceira.

Chegando lá, nóis estende a esteira.

Eu drumo no pé da laranjeira,

Ocê drome no pé da limeira.

Tem tomem a rede da muié faceira,

Que ganhei despoi de fazê umas besteira...

Lasquei nela umas bitoca, vez terceira,

Que o marido dela quase ranca meu coro na sapequeira!

Mai vai lá que essa é paixão passageira...

Gosto memo é da moça rendeira...

Mai bonita que as noite de lua cheia,

Que quando parece lá na rancheira

Deixa eu tonto que nem topeira...

De tão bonita e fagueira,

Quando põe o rosto na soleira,

Os caboco cresce nela uma zoieira,

Que me dá uma danada de uma ciumeira.

Fico em ponto de passá com eles na carreira!

Mai sô bobo seu moço não.

Se arrumo confusão,

Capaz dela nem olhar pro meu gibão,

Que engomei só pra ganhá seu coração,

E outras coisa que não posso contá não.

Cris Sozza
Enviado por Cris Sozza em 23/01/2014
Reeditado em 30/09/2016
Código do texto: T4660906
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