As audácias de Lampião

La no seu torrão natal

Lampião quando menino

Disputou com Saturnino

O seu primeiro rival

Nesta contenda brutal

Transformou-se o ambiente

Lampião virou serpente

De parabelo na mão

O rifle de Lampião

Intimidou muita gente

Com Virgulino Ferreira

Houve bastante querela

Nas terras de Vila Bela

O cego firmou carreira

Deportou João Nogueira

Seu bom vizinho e parente

E como fera mordente

Percorreu todo sertão

O rifle de Lampião

Intimidou muita gente

Em Nazaré do Pico

Lampião foi transigente

Atacara aquela gente

Tramando o maior fuxico

Tendo como mexerico

Aquele povo valente

Sofrendo daí pra frente

Tremenda decepção

O rifle de Lampião

Intimidou muita gente

Na casa da baronesa

No sertão alagoano

O vesgo pernambucano

Roubou com toda certeza

Fizera maior limpeza

De jóia, ouro e corrente

Não ficara um só vivente

Que não sofresse pressão

O rifle de Lampião

Intimidou muita gente

O vesgo do Pajeú

Andara por vila e monte

Em São José do Belmonte

Fez tremendo sururu

Depois em Tacaratu

Deu num velho decadente

Capara um pobre inocente

Tachado de delação

O rifle de Lampião

Intimidou muita gente

Na cidade de Princesa

Do coronel Zé Pereira

O filho de Zé Ferreira

Atacara com firmeza

A cidade virou presa

Do bandido prepotente

Aquele povo carente

Apanhou do capitão

O rifle de Lampião

Intimidou muita gente

No Rio Grande do Norte

No solo potiguarino

O capitão Virgulino

Esteve perto da morte

Colchete não teve sorte

tombou sobre o solo quente

Da igreja de São Vicente

rolou bala sobre o chão

O rifle de Lampião

Intimidou muita gente

No Vale Jaguaribano

Na cidade Limoeiro

O famoso bandoleiro

Mostrou-se bastante humano

quis vir ao solo russano

Mas gelou completamente

A polícia combatente

Já tomara precaução

O rifle de Lampião

Intimidou muita gente

Na cidade de Capela

Lá no solo sergipano

O cego pernambucano

Deu na pobre clientela

Fizera a maior novela

No palácio do intendente

De maneira comovente

Pisara a população

O rifle de Lampião

Intimidou muita gente

No pé da gruta de angicos

O mais verdadeiro coito

No ano de trinta e oito

Lampião calara o grito

O bando ficara aflito

Sentindo a morte presente

Bezerra covardemente

Tomou brusca decisão

O rifle de Lampião

Intimidou muita gente

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 12/12/2013
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