# PALHA DE MILHO
Quando pensei que verde não servia,
senão ser ao fogo lançado e queimado.
quando cheguei a me imaginar cinzas.
tão sem serventia pra capim de gado.
Pelas cangas de bois, ia balançando,
Algo de mim caia pelo caminho de terra,
Navio e navegador era a primeira junta
atrás o prateado, um boi que não berra.
Olhei as roças, capados, descampados,
verdejantes nos tempos de chuva farta.
e minhas espigas, de cabelos ruivos.
atacadas por coelhos tatus e martas.
Me estrebucho seco nessa roça rude,
água alguma me volve os verdes antigos.
ali uma traça e um besourinho, teimosos
são eles mesmo que tenho por inimigos.
Pra onde teria ido o feijão que enrolou,
no meu caule que briguento não saiu?
eu o vi partir meses antes, seco seco.
arrancado foi e pela campa sumiu.
Desce o carro de boi para um paiol,
meu calvário de ratos e barata tontas.
Me chamam agora de palha de milho.
feita pro cigarro de baforadas prontas.