___ Cortaro ___

Cortaro o café na Escola,

Pros mestre da Educação;

E o açúcar, na tar Curtura,

Qui o povo di vêiz “in-rola”!

E a turma só pensa “im-bola”,

Sonhando sê jogadô...

Jamais qué sê professô,

Vivê nessa mor miséria,

Caindo na tar pilhéria —

Co’ a farta dos tais doutô!

E o povo já inté cansô

Di ingolí essas piada...

Comê merenda estragada,

Por carsa d’uns corrutô!

O Estado é contraventô

Das lei qu’ele mermo cria...

Fabrica essas porcaria,

Só pra dá dô di barriga,

Co’ o bucho chei’di lumbriga,

Carsando as disinteria!...

Meu Deus, mais qui baixaria,

Ganhá u’as propina além...

E o povo dizendo “amém”

Nas igreja e artilharia!

Co’ essa apusentadoria,

Qui os emérito inventô,

Nem dá pra sentí o calô,

Das moeda em vossas mão...

Ninguém vai sabê o Montão,

Qui o governo, enfim, roubô!

Mais dá força prum ordinário,

Co’ a bor$a di mil real...

E isso é lei processual —

Qui envorve os réu no plenário!

Mermo sendo um réu primário,

Ele é um cabra baum di furto...

Mais num qué sabê di insurto!

Si o bandido é anarfabeto,

Qué qui invada um banco aberto,

Co’ espingarda —, e cano curto!

Pacco

Pacco
Enviado por Pacco em 03/09/2013
Reeditado em 19/09/2013
Código do texto: T4465162
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