Gosto é di roça mermo

Fico contente de fato                   
Si aqui venho passiá
Dessas mata e desses mato
É qui eu gosto de ispiá
Pur isso mermo é qui eu trato
Di bem cráro isso dexá
 
E num dianta fugi
Daquilo que a gente sente
Eu sinti gôsto daqui
Mas num é daqui somente
De quarqué roça que eu i
Vô gostá logo de frente
 
Prugunta a minha muié
Qui si deu conta do fato
Diz ela qui eu só dô fé
De sê feliz quando o mato
Me rodeia e eu chego inté
A fica melhó no trato
 
É verdade verdadeira!
Na roça eu fico feliz
Rino de quarqué asnêra
Que um cumpanhêro me diz
Brincano cum as  brincadêra
Das minina e dos guris
 
Enquanto eu vô mi lembrano
As modinha que conheço
Vô pela estrada cantano
E se acaso a letra esqueço
Lembro dela assubiano
Vortano lá do começo
 
Corro atrás da bicharada
Iguár um muleque artêro
No açude onde qui nóis nada
Eu pulo nagua premêro
Nos dia de vaquejada
Enfrento os boi no terrero
 
Eu num sô Beto Carrero
Mais cavalo eu sei  muntá...
Inté quem chega premêro
Um dia eu quis apostá
E no fim cheguei  intêro
Só que em úrtimo lugá
 
Na roça aprendo sozinho
E quais tudo sei  fazê
Só num pégo passarinho
Que num gosto de prendê
Tómem  num mexo  nus ninho
Móde de us bichinho nascê
 
Vô pará de supetão
Purquê amolei ôces
E discansá meu coração
 Que infartô fáis trêis mês
Brigado pela atenção
E inté uma ôtra vêis.
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Carlos JotaPê Figueiredo
Enviado por Carlos JotaPê Figueiredo em 04/07/2013
Reeditado em 27/12/2013
Código do texto: T4372252
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