DISPIDIDA

Doze hora os pontero

Do relógio se abraçô

Fiel veio correno

Inveis de latí, uivô!

Na varanda acustumado

Cum seu dono discansá

Uivava oiano pru céu

Paricia inté chorá...

A parede do arpendi

Ele se pois a arranhá

Ninguém cunsiguia intendê

O que tentava contá!

Fiel era amigo de lida

O gado judava juntá

A recompensa do dia

Um litro de leite ganhá.

As vaca viero deceno

Do pasto inté o currar

Na cerca juntaro e mugiro

quereno dá um sinar.

Num era hora do trato

Nem hora do leite tirá

Paricia elas querê

Infilerada rezá!

O cavalo galopiano

Em disparada chegô

Na portera da intrada

Rilinchano ali ficô.

A famia saiu no terrero

Todos eis se assustô

O que se passava ali

Só sabia Nosso Sinhô!

Os animar pressintiro

E viero avisá

Que seu dono disincarnava

Nôtra terra ia morá.

Quarta-fera foi pra cidade

Sexta-fera, retorná

Num vortô pra sua fazenda

Dôtros bicho foi cuidá!

Obrigada POETA Oklima pela interação:

Sabe o Fiel, cumadi?

Mai Fiel, comêle só,

disapareceu du chão.

Fôro incontrálo, fais dó,

sobre a cova du patrão!

Tina Oliver
Enviado por Tina Oliver em 01/05/2013
Reeditado em 23/05/2014
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