DISPIDIDA
Doze hora os pontero
Do relógio se abraçô
Fiel veio correno
Inveis de latí, uivô!
Na varanda acustumado
Cum seu dono discansá
Uivava oiano pru céu
Paricia inté chorá...
A parede do arpendi
Ele se pois a arranhá
Ninguém cunsiguia intendê
O que tentava contá!
Fiel era amigo de lida
O gado judava juntá
A recompensa do dia
Um litro de leite ganhá.
As vaca viero deceno
Do pasto inté o currar
Na cerca juntaro e mugiro
quereno dá um sinar.
Num era hora do trato
Nem hora do leite tirá
Paricia elas querê
Infilerada rezá!
O cavalo galopiano
Em disparada chegô
Na portera da intrada
Rilinchano ali ficô.
A famia saiu no terrero
Todos eis se assustô
O que se passava ali
Só sabia Nosso Sinhô!
Os animar pressintiro
E viero avisá
Que seu dono disincarnava
Nôtra terra ia morá.
Quarta-fera foi pra cidade
Sexta-fera, retorná
Num vortô pra sua fazenda
Dôtros bicho foi cuidá!
Obrigada POETA Oklima pela interação:
Sabe o Fiel, cumadi?
Mai Fiel, comêle só,
disapareceu du chão.
Fôro incontrálo, fais dó,
sobre a cova du patrão!