AQUEIS ZÓIOS CRARO!

Essa sodadi marvada

Sodadi intediada

Que faiz eu ansim recordá

Dum tempo bem lá de longe

Quando eu pudia sonhá!

Sonhá cuns zóios craro

Que só de banda me oiáro

E me insináro a amá!

Quando eu vi matutei

Essa cabocrinha eu sei

Num pódi cumigo ficá

Sua buniteza é defeito

Pra mim num vai tê jeito

Se ôtro marmanjo lhe oiá!

Nos caminho dessa vida

Nessa istrada tão cumprida

Eu si pirdi no sertão.

Si imbrenhei no mato adentro

Si imbrenhei na solidão.

De cumpania aqueis zóio

Brilhoso quiném a lua

Alumiaro os meus passo

Nos ano de iscuridão.

Vivi suzinho no mato

Quar manso e carmo regato

Que um dia o curso mudô

E nas ruga do meu rosto

O pranto de tanto disgosto

Suas água iscurregô!

Nunca tive nutícia dela

Nem memo eu sei se ela

Nimim um dia pensô...

Tarveiz a sua beleza

Foi meu sinar de fraqueza

Foi o que me assustô...

Num amei mais niguém nessa vida

Adispois que a muié quirida

De banda pra mim oiô!

Tina Oliver
Enviado por Tina Oliver em 21/04/2013
Reeditado em 11/07/2015
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