AQUEIS ZÓIOS CRARO!
Essa sodadi marvada
Sodadi intediada
Que faiz eu ansim recordá
Dum tempo bem lá de longe
Quando eu pudia sonhá!
Sonhá cuns zóios craro
Que só de banda me oiáro
E me insináro a amá!
Quando eu vi matutei
Essa cabocrinha eu sei
Num pódi cumigo ficá
Sua buniteza é defeito
Pra mim num vai tê jeito
Se ôtro marmanjo lhe oiá!
Nos caminho dessa vida
Nessa istrada tão cumprida
Eu si pirdi no sertão.
Si imbrenhei no mato adentro
Si imbrenhei na solidão.
De cumpania aqueis zóio
Brilhoso quiném a lua
Alumiaro os meus passo
Nos ano de iscuridão.
Vivi suzinho no mato
Quar manso e carmo regato
Que um dia o curso mudô
E nas ruga do meu rosto
O pranto de tanto disgosto
Suas água iscurregô!
Nunca tive nutícia dela
Nem memo eu sei se ela
Nimim um dia pensô...
Tarveiz a sua beleza
Foi meu sinar de fraqueza
Foi o que me assustô...
Num amei mais niguém nessa vida
Adispois que a muié quirida
De banda pra mim oiô!