ÁLBU
Amuntei no meu cavalo
Pras istrada eu saí
Abri a portera dos sonho
E em disparada eu siguí...
A sodadi correu sorta
A ventania levô
De tão grandi que ela era
Na minha frenti chegô.
Trotemo caminho a fora
Dispensemo inté as hora
Que o tempo pudia marcá.
Alazão cunhicia os caminho
Dexava istrada , pegava os trio
Nóis paricia avuá!
Na curva do Marimbondo
Minha árve tava lá
Frorida... toda infeitada
Meu amo, violão à tocá...
Meu coração foi rastado
Puxado pela paxão
Garradinho... inroscado
Nas corda do violão!
Quando avistei a grutinha
Mais dipressa eu quis chegá
Visitá minha santinha
Sempre no memo lugá.
Minhas vista eu dexei
Zanzá pra lá e pra cá
Visturiá cada canto
Que elas pudia inxergá!
Dispois arrudiei a represa
E nas suas margi parei
No palanque o sór batia
Meu mulineti avistei.
Os amigo abraçado
Os anzór quem sabe iscado
As vara a isperá!
Tanta gente ali pescano
O brasero avermeiano
Chero de pexe no ar!
Quis decê do Alazão
Firmei as rédia cás mão
Mais ele saiu a trotá...
Foi Pará no senguengá
Lá me vi a cunversá
Cum meu amiguinho de escola...
Iscundida, iscutano
Minha irmãzinha assondano
Pra mãe í correno contá!
Menos de uma hora
Galopiei vida à fora
Muitos ano vi passá...
Dispontô foi uma tristeza
Teno memo a certeza
Que em nada eu pudia tocá...
A mão tava sem tato
Num sintí as coisa, era fato
O tempo passo por lá!
As lágrima que banhô meu rosto
Tinha da sodadi o gosto
Ninguém pudia secá...
A úrtima fôia eu virei
O álbu intão eu fechei
Já num cunsiguia inxergá...
Esse álbu de fotografia
Que há tanto tempo num abria
Feiz minha história vortá!!!