O CANTO DA SÓDADI

 
 
U meu coração qui chora,
minha arma qui aduece.
Pur sua vórta implora!
- Di sodadi nóis padeci...
 
Foi um tempo bão aqueli
qui nóis fumu tão filiz.
Mai ôji eu choru pur eli
qui i meu amô num quis...
 
Nossa casinha na serra
e inté us passarim,
as pranta na nossa terra,
e tomêm nossu jardim.
 
Tudo ficô muito triste,
dispois qui ocê partiu.
Se a filicidadi inziste,
aqui ninguém jamais viu...
 
Sódadi du seu abraço,
nas noite di lua cheia.
Eu fico contano us passo
qui ocê dexô na areia...
 
Cabôco, vorti dipressa,
pra mi fazê um carim...
U meu coração tem pressa
di vê nóis dois bem juntim!

 

(Milla Pereira)


 
Comemorando o retorno de Hull,
em interação ao seu belo poema
"Sodadi do meu caboclo"
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/3819626