Orgulho do caipira
[NARRATIVA 1]
Sou da roça, sou jeca
Vivo no mato e tenho cachorro
Mesmo deslocado e esquecido
Sou feliz, respeitado e querido
Portando, sou campestre, sou caipira sim senhor
Onde planto batata, feijão e o milho que debulho
Matuto eu sou, mas isso é de minha conta
Jeito assim ninguém afronta, esse é o meu orgulho
Sou homem rústico e morador rural
Na cidade grande não se vive, preocupa-se
Não troco minha vidinha sertaneja
Por qualquer riqueza que seja
[NARRATIVA 2]
“Cêis pensa qui aqui nóiz num tem água e nem dicumê
Sim ganô, sô! Pois inda tenho fôça, coragi e muita fé
Gosto muito di na minha terrinha prantá
Prá mode minha famia de 10 minino, si alimentá”
"Os pessoá lá da Capitá pensa qui nóiz é bêsta
Pela condição di qui nóiz do campo num tê istudo
Eles nem si alembra qui os alimento qui eles come
É a raiz do nosso chão, qui prá nóiz aqui é fartura, é tudo"
"Nasci na Serra
E sô parente do Sertão
Di nada tenho cerimônia
Pois trabaio di mais da conta
Prá ajudá tanto irmão
Alembro qui meus pai me dero amô
E muito exempro na criação"
O meu ófiço é sê agricutô
E foi Deus qui iscoieu
Prá eu trabaià cum isperança
Desde os tempo di criança
Do jeitim qui o meu pai mi insinô
Sei cuidá da prantação
Cum capricho e gratidão
"Quando as veiz o tempo num tá bão
Por causo da seca
Num ixiste Dotô e nem Gunverno qui dê jeito
E agora a sequidão tá em todo lugá
Minha mué cum paciença, canta cantiga de lamento
Prá num pensá bobagi, eu vô pru mato caçá preá e anum
E amarrá na sombra, o coitado do meu jumento"
"Ruim também num tá
Pois tenho no quintá umas 8 galinha
Cinco porquim e um pé di maracujá
Pude inté guardá saco de mi e di arroiz cum páia
Óra pois! Pió seria si pió fosse
Ainda tenho uma ispingarda, uma enxada
Um machado e uma foice"
"Eu Sô um cabôco orguioso, sim!
E dêxe jeito eu vô ficando por aqui
Oiando pru céu pra vê si cai chuva
Vivendo cum simpricidade, sem querê vê as hora
Bem divagazim
Bebendo leite mugido
E fumando meu cigarrim"