PEÃO DE RODEIOS

Se acha em qualquer rodeio

Um touro bufando grosso

Peão de chapéu na nuca

E de lenço atado ao pescoço

Um locutor de rodeios

Fazendo versos bonitos

E touro que abriga a morte

Que flui dos olhos do dito

Peões encilhando a sorte

O céu girando nos olhos

Se caírem, quebra o sonho

E o tempo junta os espólios

Sobre o lombo dos cavalos

Os peões parecem dar botes

Enquanto os segundos passam

Em rodopios e pinotes

Oito segundos de medo

O silencio, a expectativa

E o suspense na voz corrida

De quem faz a narrativa

E a platéia explode emfim

Num urra estremece o céu

O peão foi o soberano

É sua a fama, e o troféu

Chega a espora, desce o relho

Tanto faz touro, ou cavalo

Pois quem é peão de rodeios

Nasceu pra andar neste embalo