O SÃO JOÃO DO MEU NORDESTE.
Chagaspires.
Quando chega o mês de junho a matutada se assanha.
Quadrilha Xote e Baião, e inté mermo coco de roda.
São danças que deixa a moçada, rodando que nem pião.
Comidas cuma, canjica, pamonha, e milho assado;
Serve pru mode o matuto inchê a pança; e a lambança toma conta do arraiá.
E se o santo ajudá, o sertão vai virar mar, e o mar vira sertão;
Então a muierada toda vistida de chitão vão cair é no baião, e os home animado,
Enche a cara de quentão, e o pagode vara a noite, cum fogueira e adivinhação;
Que é pra vê se Santo Antonho, o santinho casamenteiro, anima o sanfoneiro a casar cum Maria Rita;
Matuta muito bonita mais que já passou dos trinta, e precisa arrumá marido pra sair do caritó;
A coisa tá pra lá de boa, e se a fogueira pega fogo, o dona da casa se anima;
E a festa só termina quando o dia clariar.
Esse é o nosso Sertão, que no dia de São João fica todo engalanado;
Parecendo um reisado, e você qui num cunhece as coisa desse meu canto;
Precisa vir cunhincé pru mode percebé o que é uma festa boa;
Vem prá cá dançar baião, e provar do meu Nordeste, terra de cabra da peste.