O SÃO JOÃO DO MEU NORDESTE.

Chagaspires.

Quando chega o mês de junho a matutada se assanha.

Quadrilha Xote e Baião, e inté mermo coco de roda.

São danças que deixa a moçada, rodando que nem pião.

Comidas cuma, canjica, pamonha, e milho assado;

Serve pru mode o matuto inchê a pança; e a lambança toma conta do arraiá.

E se o santo ajudá, o sertão vai virar mar, e o mar vira sertão;

Então a muierada toda vistida de chitão vão cair é no baião, e os home animado,

Enche a cara de quentão, e o pagode vara a noite, cum fogueira e adivinhação;

Que é pra vê se Santo Antonho, o santinho casamenteiro, anima o sanfoneiro a casar cum Maria Rita;

Matuta muito bonita mais que já passou dos trinta, e precisa arrumá marido pra sair do caritó;

A coisa tá pra lá de boa, e se a fogueira pega fogo, o dona da casa se anima;

E a festa só termina quando o dia clariar.

Esse é o nosso Sertão, que no dia de São João fica todo engalanado;

Parecendo um reisado, e você qui num cunhece as coisa desse meu canto;

Precisa vir cunhincé pru mode percebé o que é uma festa boa;

Vem prá cá dançar baião, e provar do meu Nordeste, terra de cabra da peste.

Chagaspires
Enviado por Chagaspires em 23/06/2012
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