Matuto
MATUTO
Sô do mato
Feitio um carrapato
Mais num saio do sertão...
Sô Jiquitibá
Cerne de Aruêra
Pesco na corredêra
E iscondo no capão
Óia Moço!
Sô ave de rapina
Sô mandacaru
Sô o sertão que insina
Ao pensamento nu
Sõ nôte inluarada
Sô o canto da cachuêra
Sô o gado na invernada
A gatio da cartuchêra
Sô o arforje e a bainha
Do suó o sal
Da reza a ladainha
E a ponta do punhal
Sô a curva do rio
E os mistéro do sertão
A criação no cio
E o corte do facão
Sô labareda ao vento
E a corrdêra a cantar
O encanto da passarada
Sô a noite de luar
Quando a tristeza me amola
Eu pego a viola
E faço uma canção
Sô aranha
Sô a teia
Nada me receia
Alumio cum a Candeia
Quando tô na iscuridão
Escuita Seu Moço!
Im minhas andança
Já lidei cum burro brabo
Já tirei lête na onça
E peguei cobra pelo rabo
Já vi coisa dôto mundo
Que inté consome o sono
Vi o Remundo dizeno
Que lidô cum o lubisome
E ele nunha prosa astuta
Pidiu uma cachaça e tomô
E eu caladim na iscuita
E ele essa istóra contô:
Tingadas Gerais