Moleque Traquino
Oh, seu Justino
mandei meu menino
pro mode comprá
um quilo de farinha,
pra nóis armoçá.
Já faz mais de uma hora
que mandei ele correndo,
e não sei o que é dele agora
e estou quase morrendo.
Tenha carma seu Raimundo,
que não tenha nesse mundo
do que ter pasciência,
por isso, lhe digo com consciência.
Seu moleque saiu
que nem vento pegava,
ainda pra mim sorriu,
dizendo que seu pai lhe esperava.
Saiu de porta a fora
gritando: vou embora
com um quilo de farinha,
que na sua casa não tinha.
Num se avexe não,
e nem fique aflito
acalme o coração,
esse bicho esquisito.
Seu Justino até mais vê
foi bom mesmo saber
do seu Severino,
aquele moleque traquino.