VIDA DE SERTANEJO

Físico forte, pele bronzeada

Tipo de caboclo verdadeiro

Mal aquece o travesseiro

Desponta a alvorada

Ta na hora de levantar

O trabalho é cansativo

O caboclo compreensivo

Sabe da força que vai precisar

Se entrega a dura lida

Sem mal dizer da vida

Que nunca lhe mostrou valor

Sob um sol abrasador

Transpira o calor intenso

Cada instante usa o lenço

Pra secar o seu suor

Este é o sertanejo

Morrer no lugarejo

Que nem espaço tem pra morte

Vive a mercê da sorte

Infeliz, feliz nesse chão

Rústico ardente

Onde descalço pisa contente

Com lealdade e satisfação

Tristeza não é solução

Pra vendar a vida

Esquecida, penosa

Emque o caboclo só conta prosa

Com a vantagem da produção

Se orgula ao se ver no espelho

Se achando perfeito cidadão

Não ouvindo a sineta

Executar para a refeição

O galo canta

Ele só se levanta pra devoção

Trajando seu terno branco

Continua de pés no chão

Não esquece o rosário

É dia de oração

Se tem domingo no mundo todo

É domingo no sertão.

Maria de Souza
Enviado por Maria de Souza em 18/10/2011
Reeditado em 22/10/2011
Código do texto: T3283188