CHÊRO DE JACA

O chêro docilado de jaca aberta me faz lembrá os tempo de criança.

Um livrêto de tabuada recorda minhas primeira aflição na escola.

Uma rosa amurchiando trás na minha mente a primêra oferta de amô recusado pela colega de classe.

Uma bola de futebó não me dêxa esquecê do primêro braço quebrado e a certeza que num nasci pra sê jogadô.

Inda sinto na boca aquele gosto amantêgadado de batom do primêro bêjo rôbado.

Meus ôvido num esquece de Lovi mai laifi na voz de um tá de Frede Mercuri, embalando minhas primêra noite de paxão.

O chêro do perfume Patchouli me arremete ao quarto dum hoté barato onde fiz as primêra experiênça sexuá.

“Tô de boi”, foi a coisa mais linda do mundo que escutei da primêra namorada depois de um mês de atraso do negoço dela.

A palavra “sim” inda me causa dúvida pro conta dum casamento fracassado.

A frese “vamo dá um tempo”, me apavora. Me causô mais perda que lucro.

Mais prossegui me apaxonando, amando, sofrendo, chorando tantas vez que esqueci da conta.

Despois de tudo passado, encontrá assim de repente contigo, me fêz lembrá desse teu chêro gostoso de jaca madura e o quanto inda te amo sua danada.

Herivaldo Ataíde
Enviado por Herivaldo Ataíde em 17/07/2011
Reeditado em 17/07/2011
Código do texto: T3100243
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