Lampião - Penitente!
Lampião – Penitente!
Luiz Domingos de Luna
Livro digital – Google
Lampião veio Aurora
Para se batizar
Na Ordem Santa cruz
Queria ingressar
Já ao passar da hora
Os cangaceiros na cola
Queriam acompanhar
Com o habito marrom
Chamou Macilon
Zé Cardoso também ia
Na nossa forania
Para festa começar
Só faltava chamar
O Mestre Isaias.
No auto de canudos
Deu logo uma confusão
Veneno que ia i vinha
Tava feita à armação
A Igreja virou bailarina
Nome que rola ainda
A Menina as pressas saiu
Da cova encantada
Quebram a panelinha
E foram para Ipueiras
Mataram o boi do curral
Para resgatar a princesa
Que estava em Mossoró
Inventaram uma invasão
Que não passa de ilusão
De uma marcha de nota só
A Menina de Valor – Aurora
Precisava ser resgatada
Na braúna esperada
O Batismo quase na hora
Os paramentos no Jeito
Da braúna ao parapeito
Faltava somente a vela
Fizeram a sentinela
Mas a menina não chegou
A Nova ordem parou
Não atacar cinco pontas
A Princesa em Mossoró
Lampião paramentado
Mas parecia um noivado
De que um noviço iniciado
O Pai da noiva deu um nó
Ainda mandamos o recado
O Rei todo autoritário
Daqui ela não sai não
A Menina ainda fugiu
Nos braços de Massilon
Mossoró entrou em guerra
A Policia nem deu trela
A Princesa escapou
A População se armou
Na busca de sua Aurora
O Capitão ainda beijou
Mas na estaca do alto
Como se fosse um assalto
Um cangaceiro tombou
Voltou para sua bailarina
Linda querida e amada
No sonho do capitão
A loucura de uma paixão
Transformada em cangaço
Tem que ter nervo de aço
Para entender a enganação
O Choro de penitente
De um amor flagelado
Num mundo jogado
Para enganar a gente
O estudo não chega a nada
Pois a princesa encantada
Com o coronel casou
Ficou a historia do cangaço
Mas o amor em mormaço
Ninguém mais falou.