FESTANÇA DANADA DE BOA
Junho chegando
Com ele São Juão,
Vou sortá muitos fogos,
E tombém muito rojão,
Mas balão, não sorto não!
Pra não queimá meu firme,
E ir direto pra prisão.
Ô mininos,
Me acode,
Que é pra tudo
Dá certin,
Vamo organizá
Pidino ajuda pros santins...
Quero uma festa,
Cum fartança,
Muitio dicumê,
E de bebê pra agradá,
A tudo que é paladá.
Minina que essa festa,
Vai causá é muitia inveja,
Pôi vai sê de rupiá.
Tem tanta muié bunita,
Vestida nuns panos de chita,
Qui tenta inté dá nas canelas,
Dos moços, que vem pra cá.
Sem falar na tar branquinha,
Que é pro fri insquentá.
Tem quadria das mió,
Onde o povo,
Arrasta o pé.
Casamento de matuto,
Com us jagunço tudo armado,
Pra forçá cabra casá.
Xii tem até quentão pra brindá,
Pra esquentá os pulmão,
E também o coração.
Dizem que esse ano,
Vão trazé gente sabida,
Para as coisas miorá,
São os poetas do recanto,
Que vem declamá...
Gente muito letrada,
Que gosta de poesia
Pra fazê nossa aligria.
Diz qui intão que esse povo,
Canta, conta, inté incanta,
E qui é pru módi mi prepará,
Pra batê bastante parmas,
E muitio pudê vibrá.