Um grandi amô na roça!

Dito, moço bunito e trabaiado

Na beira du fugão a lenha...

Preparava u seu paiero...

Levantava juntu cuns us galo...

Sentava juntu ao fugão da cunzinha,

Iscuitava o radim di pia...

Cantiga que falava di amô

Cum us óios esticadus, qui só...

Nas ancas da brejera morena.

Moça bunita, a danada...

Muito boa di fugão...

Perparava o café...o mugunzá...

E o delicioso pirão...

Feito pirilampo rodopiava

Em vortá da lamparina...

Fazendu u Dito babá,

Vendu suas ancas empinadinha.

Num demoro nadica di nada,

O casar tava formadu,

O Dito qui num era bobo...

Pra inveja dus rocero...

Cum a morena tinha casadu.

Passadu argum tempin...

U orgulhosu rocero...

Via a barriguinha da morena,

Qui aus poco ia crescendu.

O sonho do homi simplis

E abençuadu por Deus...

Mais o fiu num vingo...

I dentro du bucho foi morrendu.

Alegria du moçu...

Aus pocos foi si apagandu...

Tinha as lágrimas nus óios,

Tristeza nu coração...

Ao ver qui seu primero fiu,

Abraçar num ia não...

Porém, o pobre rocero...

Que tinha um grande valô...

Tirava o chapéu da cabeça

Erguia us óius pru céu

E agradecia u Sinhô!

Betinamarcondes
Enviado por Betinamarcondes em 20/05/2011
Reeditado em 22/10/2012
Código do texto: T2982196
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