Matuto Apaixonado
 
Olha os passarinhos chegando
Como eles cantam bem,
Até parece minha viola
Quando chora por meu bem,
 
À noite na fogueira acessa
Contemplo a lua cheia,
Com o peito carregado de saudade
E um calor que me incendeia;
 
Ao amanhecer do dia,
Pego meu alazão arrinhado  
Sem rumo, sem destino
Buscando está ao teu lado;
 
Na porteira feita de cedro branco
Arreio minha capa gaucha,
Tiro de dentro da sacola de couro
Meu berrante de galha curta;
 
Emito no instrumento cerqueiro
O som alegre do “estradão”,
Logo a boiada vai juntando
E chamando a sua atenção;
 
Através da cortina de poeira,
Seu olhar e o meu se entrelaçam
Como duas pernas de rio,
E eu penso: o que faço?
 
Sem muito esperar o quê,
Desço velozmente do cavalo
Caminho em sua direção,
Com o meu coração gelado;
 
Olho em teus olhos levemente
E você sorrir para mim,
Abraço-te bem apertado
Para que o nosso amor não tenha fim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
Tairony Moreira
Enviado por Tairony Moreira em 18/04/2011
Reeditado em 18/04/2011
Código do texto: T2916806
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