Pobre sertanejo
Óio p'ra terra chorano
Triste cum tanta dô
A seca tudo matano
Só puera e pó restô.
Já morreu meu cavalo
Minha vaquinha quirida
A fulô só restô o talo
Nessa seca que castiga.
Desso o morro num soluço
Óio a cacimba sem água
Caio chorano dibruço
Cum peito cheiim de mágoa.
Acendo um cigarro de paia
Fumano cum tanto prazer
E vou a vendinha de Naia
Cum uns gole tentá isquecer...
...Dos fios chorano de fome
Sem água, agasaio, nem luz
Triste pranto me consume
Como pesa a minha cruiz.
Tristonho vorto p'ra casa
Cum a alma em disispero
Os óios de água arrasa
Deste pobre sertanejo.