Domingo na roça...

No balanço da rede...

Vagando meu pensamento vai

Na revoada observo

O cantar das maracanãs.

É no cair da tarde na roça

Na fogueira ao som das cordas

Ouço o cantar da moda:

Viola; minha viola.

Os casais prontos para a dança

As damas com seus vestidos de chita

Os cavalheiros com o lenço na mão

É dada à ordem pelo violeiro: dancem ao som melodioso do sanfoneiro.

O dia já raiando...

Todos prontos para descansar

O domingo é sagrado

É preciso respeitar.

À tardinha na capela

Vão unidos a rezar

Ladainhas e preces

Proteções querem almejar.

Na segunda na labuta...

Capinar, recolher, lavrar...

No contato íntimo com a terra

Esperam a colheita na hora certa.

Aqui tudo é aproveitado

Esterco, pedaços de frutas...

Saúde é fundamental...

A terra devolvem o que foi dado de forma natural.

O que é posto na venda

É cultivado com atenção

Preocupação com o sertanista querido

Preocupação de amigo; de irmão.

Num laço estreito de amizade

Num gesto com o coração

Ao levantar a aba do chapéu

Ou dar um “opa” com a mão.

Ajudando a construir a casinha

Amassando o barro com os pés e cortando o sapê

Preparando a madeira para as janelas

Ou cortando a lenha para o fogão.

Assim vive o povo nesse grotão

Com carinho, afeto

Simplicidade e dedicação

Respeita, cria e revive os costumes enraizados do homem do sertão!

LUCIANO MOREIRA
Enviado por LUCIANO MOREIRA em 12/03/2011
Reeditado em 08/01/2013
Código do texto: T2844081
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