Domingo na roça...
No balanço da rede...
Vagando meu pensamento vai
Na revoada observo
O cantar das maracanãs.
É no cair da tarde na roça
Na fogueira ao som das cordas
Ouço o cantar da moda:
Viola; minha viola.
Os casais prontos para a dança
As damas com seus vestidos de chita
Os cavalheiros com o lenço na mão
É dada à ordem pelo violeiro: dancem ao som melodioso do sanfoneiro.
O dia já raiando...
Todos prontos para descansar
O domingo é sagrado
É preciso respeitar.
À tardinha na capela
Vão unidos a rezar
Ladainhas e preces
Proteções querem almejar.
Na segunda na labuta...
Capinar, recolher, lavrar...
No contato íntimo com a terra
Esperam a colheita na hora certa.
Aqui tudo é aproveitado
Esterco, pedaços de frutas...
Saúde é fundamental...
A terra devolvem o que foi dado de forma natural.
O que é posto na venda
É cultivado com atenção
Preocupação com o sertanista querido
Preocupação de amigo; de irmão.
Num laço estreito de amizade
Num gesto com o coração
Ao levantar a aba do chapéu
Ou dar um “opa” com a mão.
Ajudando a construir a casinha
Amassando o barro com os pés e cortando o sapê
Preparando a madeira para as janelas
Ou cortando a lenha para o fogão.
Assim vive o povo nesse grotão
Com carinho, afeto
Simplicidade e dedicação
Respeita, cria e revive os costumes enraizados do homem do sertão!