Samba de Roda

Na dança da morena fogosa
Balançam braços, ancas e o chão do solar;
E os arpejos da viola manhosa
Que imitam a zoada do mar
Fazem com que as bundas se encontrem
No encontro dos costumes de hoje e de ontem.

Mexe a cadeira mulata!
Rebola ao som da viola...
E as doze cordas que se namoram,
Entoando em toada e graçola,
Nos dedos do violeiro da mata;
Faz-se de inerte àqueles que choram

Toca nas cordas, mulato!
Enternece a dança do caipora!
Com uma perna e outra um taco
Um negrinho vibra, canta e se empenhora...
Convida o parceiro de canto
Faz graça com uma faca e um prato
E, pro seu amor, faz promessa de santo...
E, no acompanhamento, tem o som do pandeiro
Pois, num samba que se preza, ele é o fiel companheiro.

Corre morena, corre!
Aproveita o teu corpo e embola!
Dança e mostra o suor que escorre
Diante do teu homem e da viola!
Caminha até aonde o sol se morre,
Ou até onde está o teu acalanto...
E, sem medo e sem pranto,
Não te esquece do samba e de tua graça
Nem do teu povo, e nem de tua raça!
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 22/01/2011
Reeditado em 07/07/2013
Código do texto: T2745835
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