Moçambique

Pela manhã...

Um dia fria de inverno

Na casinha de pau-a-pique

Vovó Lurdinha prepara o café.

A vida na roça “num é faci”

Na labuta logo de manhãzinha

O corpo sente...

O corpo fala...

Mas a gratidão está em ver

A terra bem cuidada

As criações correndo pelo terreiro

A água límpida enchendo o tanque.

De tardinha, voltando do roçado

Em meio à lenha

É um prazer...

Tomar café com bolo de fubá.

Nessa hora é muito bom

Ouvir histórias que...

Levam-me a imaginar

Quão bonita e simples é a vida no campo.

Histórias de Manés, Nhôs, Sinhás...

Cada qual com sua versão

Mas que no fundo reflete

A simplicidade e o carinho pelo sertão.

Na cidade, amizade é coisa difícil

No campo os amigos são jóias

Tudo é motivo de comemoração

A lavoura que brotou e o bezerrinho que vingou.

Venha conhecer um dia minha morada

Quero lhe oferecer uma caneca de café com bolo

E com muito prazer lhe contar

As graças que recebi de Santo Antonio.

Lá na vila na segunda-feira depois da quaresma

São Benedito é comemorado

Sou de sua irmandade

Cumpro minha obrigação.

Carregando o mastro

Com muita fé no coração

Ao santo padroeiro peço

Traz cura e paz aos negros irmãos.

É bonito ver as donzelas

Que num gesto de respeito

Pedem ao santo casamenteiro:

“Me dê um bom companheiro!”

A hora do Moçambique chegou...

Todos preparados com seus bastões

A roupa típica mostra organização

E a dança começa...Salve a liberdade!

Venha comigo...

Vamos comer um “afogado”

Traga seu prato e caldeirão

Senão... ”Ocê fica sem refeição”.

Folclore...

Não é coisa morta não

É vida... Forma... Emoção...

Meu povo... Tradição!

Natividade da Serra...

Pedacinho do meu Brasil

Quietinha... Não se assuste não!

Aqui sua gente cuida de todos com amor e jeitinho de irmãos.

LUCIANO MOREIRA
Enviado por LUCIANO MOREIRA em 16/12/2010
Reeditado em 14/12/2012
Código do texto: T2675619
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