Viola caipira

Ouço o som...

Uma melodia simples...

Que misturada ao longe

Traz-me tranquilidade.

É no toque da viola

Nas cordas do pensamento

Viajo...

Na voz do violeiro.

Viola caipira...

Violeiro do sertão

Traz paz e alegria

Desfaz a melancolia.

Na beira da estrada

Em meio ao mutirão

O violeiro toca

Trazendo comoção.

Retrata a vida no campo

O suor e a devoção

Pede aos santos e beatos

Nos teclados do acordeom.

Em volta da fogueira

Na noite de São João

Agradecem os violeiros

A colheita no ano inteiro.

Na chiboca da esquina

Com um sorriso brejeiro

Eles tocam em sintonia

“São Benedito sou teu fio”.

No coreto da praça

Num encontro matinal

Celebram a páscoa

Preservam seu ritual.

E nesse toque sem igual

Afinado com dedicação

Que o violeiro recorre

Traz fartura e felicidade ao sertão.

De pai para filho

Num ato primordial

Os costumes são preservados

Representados e exaltados.

Viola e violeiro...

Simplicidade de um brejeiro

Dedicação e carinho...

Devoção e improvisação.

Que nesta roça querida

A música não se acabe não

Pois ela é que retrata

O amor e o respeito pelas “coisas” do sertão.

LUCIANO MOREIRA
Enviado por LUCIANO MOREIRA em 04/08/2010
Reeditado em 22/07/2012
Código do texto: T2418744
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