Viola caipira
Ouço o som...
Uma melodia simples...
Que misturada ao longe
Traz-me tranquilidade.
É no toque da viola
Nas cordas do pensamento
Viajo...
Na voz do violeiro.
Viola caipira...
Violeiro do sertão
Traz paz e alegria
Desfaz a melancolia.
Na beira da estrada
Em meio ao mutirão
O violeiro toca
Trazendo comoção.
Retrata a vida no campo
O suor e a devoção
Pede aos santos e beatos
Nos teclados do acordeom.
Em volta da fogueira
Na noite de São João
Agradecem os violeiros
A colheita no ano inteiro.
Na chiboca da esquina
Com um sorriso brejeiro
Eles tocam em sintonia
“São Benedito sou teu fio”.
No coreto da praça
Num encontro matinal
Celebram a páscoa
Preservam seu ritual.
E nesse toque sem igual
Afinado com dedicação
Que o violeiro recorre
Traz fartura e felicidade ao sertão.
De pai para filho
Num ato primordial
Os costumes são preservados
Representados e exaltados.
Viola e violeiro...
Simplicidade de um brejeiro
Dedicação e carinho...
Devoção e improvisação.
Que nesta roça querida
A música não se acabe não
Pois ela é que retrata
O amor e o respeito pelas “coisas” do sertão.