Amor que é bão, boto fé!
Dia desse, assim, de bestera, estava o Zé
Entrô na venda pra comprá café
Quando avistô bela donzela
Sobrinha, do Mané, era ela!
Saiu faíca dos zói, aquela bela visão
Bambeou as perna, sacudiu coração
Tava gamado na morena, que emoção
Foi facir pensar e tirá conclusão
De lá Zé num queria arredá o pé
Pedia tudo que via no estabelecimento
Que durasse pra sempre aquele momento!
Mas quebrou-lhe o encanto o Mané
Interrompeu a compra, os muito pedido
Disse "não" àquela intenção, tava proibido
O Zé ficou frustrado, cabisbaixo
Chorou demais, mermo sendo macho
Depois pensou bem, Mané tava certo
A moça era nova e nem correspondeu
À paixão que brotou, logo morreu
Seu coração deve continuá aberto...
Paixão é assim, disse o Zé:
"Furacão que vem, arraza e vai
Loucura que passa, varre e sai
Amor é que é bão, que boto fé!"