UM BROCHE NO FIM DA GOLA

Antigamente, nos campos,

Haviam colônias belas,

Casas de trabalhador,

Todas brancas e amarelas.

Sobre o telhado uma antena

Um fio bem fino esticado,

Amarrado com capricho,

Para ouvir-se o rádio!

Nas portas algum enfeite

Ou flores,e bem singelas,

Nos janelões o deleite

De ver paisagens tão belas!

Crianças brincando sempre,

Brinquedos simples, inocentes.

Mocinhas trabalhadeiras

Cantando a vida, contentes!

Nas moças sempre um desejo

De ver algum pretendente,

Nos dias que, no folguedo,

Transitava ali mais gente!

Mais sempre alguém realçava,

A beleza... uma pomba...uma rola,

Um beija-flor que passava

Com um broche no fim da gola!

Foi nessa era que um dia

Encontrei o meu amor,

Tão lindo que me perdia

Nos sorrisos dessa flor!

Sou um caipira da gema

Sou aquele amante brejeiro,

Que ama de coração

Esquecendo o mundo inteiro!