A Natureza Chora
Desde que o homem surgiu
Sobre a face da mãe terra
Que ele vive em guerra
E ainda não descobriu
Que tudo que destruiu
Por causa da ambição
Colocou em extinção
A sua própria riqueza
Geme e chora a natureza
Por tanta má criação.
Dentre todo ser vivente
Só o homem tem poder
De pensar e perceber
O quanto a terra é carente
Mas por ser inconseqüente
O que mostra é ingratidão
Com quem lhe garante o pão
E a fartura sobre mesa
Geme e chora a natureza
Por tanta má criação.
Já por causa da queimadas
A terra vai se enrugando
Seus mananciais secando
Suas vidas condenadas
As florestas depredadas
Não servem de pulmão
Hoje é um seco torrão
Condenado a pobreza
Geme e chora a natureza
Por tanta má criação.
Os rios contaminados
Por lixos arrasadores
Exalam novos odores
Nos leitos assoreados
Acabaram-se os dourados
Mortos sem ter precisão
Por tanta poluição
A terra perde a grandeza
Geme e chora a natureza
Por tanta má criação.
Por motivos tão mesquinhos
Secam fontes naturais
Que não jorrarão jamais
Extinguindo os peixinhos
Condenarão os passarinhos
Tornou infértil o chão
Que já não fecunda o grão
Dando a vida incerteza
Geme e chora a natureza
Por tanta má criação.
No âmago do seu ser
A terra lamenta e chora
Por ver dizimada a flora
Que já não faz florescer
Nada fez pra merecer
Sua vasta plantação
Tanta fúria e agressão
Que lhe rouba a beleza?
Geme e chora a natureza
Por tanta má criação.
Assim segue a humanidade
Promovendo a matança
Causando desesperança
Semeando tempestade
Colhe os frutos da maldade
Quem semeia aflição
Eu reforço este bordão
E lhe digo com certeza
Geme e chora a natureza
Por tanta má criação.