MOÇA NA JINELA
(Hull de La Fuente)



Tanto moço ali passava
Mas nenhum oiava pr'ela
Que tristonha suspirava
Apoiada na jinela.

Cutuvelo calejadu
Du dia-a-dia na ispera
Zóios tristi, marejadu,
Pobri Maria Severa.

Sonhava di sê bejada
Pur um prinspi incantadô
Só ganhô foi uma dentada
dum vampiro traidô.

Mais Maria era tinhosa
Da jinela num saía 
I us moço im polvorosa
Cum medu qui ela murdia.

Pobre Maria Severa
Di isperá foi ressecanu
Diferenti du qui era
Im pedra foi-si viranu.

Hoji infeita us casarão
Da bela Minas Gerais
Num feiz mar a ninguém não
Mai inda assusta os rapaiz.





Obs: este texto foi inspirado na figura do busto em gesso da "moça da janela", que se vê muito nas feiras de artesanato de Minas. Algumas são figuras de mulheres negras, outra índias, enfim, uma gama de mulheres bonitas

Obs 2: as queridas amigas mineiras, Ceres Damasceno e Fernanda Araújo me disseram que o nome da escultura é "NAMORADEIRA". Obrigada, meninas,
Hull
Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 09/06/2010
Reeditado em 09/06/2010
Código do texto: T2309218
Classificação de conteúdo: seguro