O meu avô

Cartucheira

Assunto: Desarmamento, apenas uma reflexão ,para meu avô Antônio Espanhol.

Marco Aurélio , amigão

Nessa nossa discussão

Sobre andar ou não armado

Veja a minha opinião :

Na minha terra um cidadão

Que andasse desarmado

Montado no seu cavalo

Era como andar pelado

Meu avô que Deus o tenha

Que até hoje o povo adora

Tinha sempre na Algibeira

A sua velha Pistola

Jamais saiu de casa

Nem prá ir a cachoeira

Com seu cavalo ajeitado

Sem a sua cartucheira

Meu avô era valente

Tinha ouro pelos dentes

Cavalo bom e potente

E jamais deixou pendente

Muitas briga enfrentou

Valentão desafiou

Ele nunca acovardou

E a todos respeitou

Gostava muito de festa

Tocava bem a sanfona

Dançava muito forró

Cantava muito na zona

Hoje o mundo tá mudado

Só o vagabundo anda armado

Dando tiro adoidado

Gente de bem tá ferrado

Eu não quero andar armado

Pois por todos sou amado

Por Jesus eu sou guardado

E também abençoado

Rio,20/09/2005