CABRA ARRETADO!

 

 

Num vem qui num tem, ocê não...

Qui hoje eu num to muito bão...

Tu te arreda daqui!

 

Num vem apoquentá, num carece...

Diacho... Que ninguém merece!

Sê judiado aqui!

 

Essa vida já tá é danada!

Todo mundo só qué, ninguém dá nada!

Só vem pra apurrinhá!

 

Tu foge daqui sua peste...

Qui sô cabra do Nordeste...

Vá caçá teu lugá!

 

Que eu já vô me arredando...

E se pricisá, esbarrando...

Qui tô puraqui cum ocê!

 

Num sô ocê qui disassussega...

Iguar muita gente cega...

Qui tem olho mais num vê!

 

Purtanto vê se tu some...

Qui num sô muleque, sô home!

E arrebento quarqué cabra!

 

Num pensa qui tô brincano...

Que tu entra pelo cano...

E que te rogo uma praga!

 

E do cê é qui num tenho medo...

Num sô de fazê brinquedo...

Cum home que veste de saia!

 

Pica a tua mula e vai...

Disocupa a moita e sai...

Quem num ajuda atrapaia!

 

Intão pega agora teu rumo...

Sinão eu já te aprumo...

Qui eu num sô da tua laia!

 

Nesse mundão sem porteira,

Eu já fiz muita besteira...

To pru qui dé e vié!

 

Sô cabra bastante vivido...

Eu dô em quarqué inchavido...

E se eu morro, é de pé!

 

Cobra que muito rasteja, num pica...

E pro cê qui taí e qui fica!

To indo... Inté!

 

 

 

Goiânia, 20 de abril  de 2010.